Aquele calorão danado e o tal do Papai Noel encapotado com bota, gorro e até luva. Ficava pensando: “Pô, aí tem coisa”
Pois é, esse Natal especulativo e consumista, que induz as pessoas a atos mecânicos de compulsiva vontade de comprar, levou o Natal a ser cancelado. O principal culpado foi preso esta manhã.
O Motivo
Com o passar dos anos e a consolidação do Capitalismo, a disseminação de uma prática puramente comercial, que aquece o mercado, levou ao esquecimento de toda simbologia desta data, levando inclusive a total inversão de seus significados. Ora, pensa comigo, por acaso tem nevado? Está frio? Você já viu alguma Rena no Brasil?
Esse tipo de Natal que se comemora amplamente nos quatro cantos do mundo só se encaixa no hemisfério Norte.
As Origens do Natal
Estudos indicam que as origens da festa natalina, com suas cores e luzes, são anteriores até mesmo ao nascimento de Jesus Cristo.
O sabás comemoravam o tempo de renascimento do Sol, na mesma época do Natal. As árvores de Natal, as luzes, os enfeites nas portas e o próprio Papai Noel tiveram origem nessa tradição dos druidas. Para os esoteristas, a época é propícia para a magia.
A festa do Natal é muito mais antiga do que a Cristandade e remonta ao tempo e religiões do paganismo. A tradicional festa do Natal contém em si uma simbologia toda alheia ao dogma cristão moderno. Inicia-se pela data: Jesus não nasceu realmente aos 25 dias de dezembro. A Igreja Católica, no Concílio de Nicéia - mais de 400 anos após o nascimento e morte de Jesus, resolveu convencionar o nascimento de Jesus nesta data.
Na Antigüidade, sempre que um país ou terra era conquistado, o novo governo e a religião sempre procuravam se utilizar das datas comemorativas antigas da cultura conquistada, para evitar entrar em choques com ela e aproveitar para introduzir sutilmente uma nova crença, utilizando-se das grandes festas populares.
Desde a Antigüidade a humanidade cultua os Deuses. As religiões surgiram do culto das fontes que saciavam as necessidades físicas básicas do ser humano. Na forma de religião havia a satisfação do espírito de um corpo já saciado. Assim, cultuava-se as plantas, árvores, montanhas, a chuva, o mar.
Daí surgiu o culto ao trigo, do qual é feito o pão ázimo dos judeus (origem do Cristianismo) ou a hóstia. Há também o culto da parreira e do vinho, utilizado pelos sacerdotes cristãos até hoje. Este culto antigo era quase que totalmente devoto da Mãe Natureza. Do culto à Mãe Natureza originou-se o culto aos seus ciclos (estações do ano), necessários para a agropecuária. Estes ciclos são muito bem marcados ao longo do caminho solar, denominado “ano terrestre”, na forma de equinócios e solstícios.
A tradição das festas religiosas vêm quase que todas do hemisfério norte. A simbologia natalina provém quase que totalmente do paganismo, de religiões tais como o druidismo, que também contém símbolos cabalísticos da tradição judaica.
O Solstício
Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano e quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
No hemisfério norte o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de junho e o solstício de inverno por volta do dia 21 de dezembro. Estas datas marcam o início das respectivas estações do ano neste hemisfério. Já no hemisfério sul, o fenômeno o solstício de verão ocorre em dezembro e o solstício de inverno ocorre em junho.
Em várias culturas ancestrais, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do império romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o fortalecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas.
Referências: