Esse surto de conflitos no Egito me fez pensar quais seriam os reais motivos da Guerra? O que a impulsiona?
Primeiro, caberia entender o que é realmente a guerra e concluí que esses conflitos armados, onde as pessoas morrem e, no Egito por exemplo, até ateiam fogo em seus próprios corpos, são na verdade manifestações ultimas e mais grosseiras de algo ou algum impulso muito mais sutil.
A Guerra se revela como um comportamento humano que desenvolve-se mais ou menos como qualquer outro. É exemplo vivo da época em que acontece , como se fosse uma impressão da civilização que a alimenta.
Os desequilíbrios sociais, religiosos e políticos que desencadeiam esses conflitos, germinam do egoísmo, da ignorância, do fanatismo, esses últimos, em proporções menores, são como pequenas guerras que eclodem no interior de cada homem, para mais tarde, e em escala social, romper com ímpeto os conflitos que presenciamos invariavelmente nos tele-jornais.
O fruto destas Guerras interiores não geram paz e sim mais Guerra. Enquanto o homem não aprende a enfrentar os seus próprios conflitos, não vence a si mesmo e torna-se um eterno soldado do acaso, sendo arrastado pelas circunstâncias, tornando-se prisioneiro de suas próprias fraquezas.
Olhe bem ao seu redor, a Guerra está aí, bem debaixo dos teus olhos. Nas agressões cotidianas, debaixo do pneu dos carros, que estão sempre com pressa, sempre em cima da faixa, buzinando, rebentando em barulho. Está no atendente da cantina, mau humorado, que te trata mau por estar sem troco para uma nota de $20, que não responde ao seu “Bom Dia!". Está no seu trabalho, nas cobranças que seu chefe te faz, que por sua vez, é cobrado por outro chefe, que é cobrado por outro chefe, e que no final das contas é o que mais trabalha, é o que mais dá duro, sem vida familiar, apenas um ser animado, que tem como único programa, executar as tarefas impostas, bater a meta alcançar o bônus, seja lá qual for o custo moral. Na musica que vomita palavrões, que reclama atenção, carente como todo jovem se sente, que transforma uma dama em artigo fútil e vulgar. Está no artista que tomba sua pena ao telintar da máquina de calcular.
No fundo dessas agressões, uma essência motiva tudo: o medo. Todo conflito é assustador, e quando acontecem dentro de nós, exige uma coragem digna de herói.
Em tempos realmente muito duros, poucos foram aqueles que bracejaram contra a guerra de maneira pacífica e inteligente, pois vencidos a si mesmos, a paz interior gera condições para lidar com os conflitos exteriores.
Por tudo isso, deixo uma pergunta:
E você, o que faria pela PAZ? Clique aqui e responda.
Enquanto o mundo se desmancha em conflito, a fortaleza interior é a única maneira de construirmos uma sociedade mais justa, bela e boa.
Ficar alheio a tudo isso, como o grande Zé Geraldo já se referiu, é ficar sentado na praça "dando milho aos pombos"